A quem buscaremos? A quem louvaremos? A quem adoraremos?
Para os momentos de dor não há idade e nem cor. Não há classe social nem condições financeiras. Não depende da igreja que você congrega, isto é, se você congrega... Todos, em algum momento da vida, já passaram pelo sofrimento, pois todos os dias somos lançados ao mundo como ovelhas para o matadouro, sujeitos a todas as paixões, pressões e sentimentos próprios do ser humano. Conhecemos palavras tias como amor, perseguição, deserto, mas, o que dizer quando estamos abatidos? No dicionário, o significado da palavra “abatido” é surpreendente: “caído, derrubado, diminuído, prostrado, enfraquecido, debilitado, cansado, deprimido, desanimado...” São tantas definições, palavras tão negativas, mas que são familiares para quem as vive. É por isso que os salmos 42 e 43 são tão lindos; escritos, especificamente, para aqueles que se encontram abatidos.
Às vezes, eu imagino Deus olhando do seu alto e sublime Trono aqueles que se encontram assim; aqueles que lutam dia após dia contra o abatimento e procuram no Deus vivo, uma viva esperança.
No salmo 42 vemos como a alma anela por Deus; ela o deseja ansiosamente. Assim como temos sede de água em meio ao clima seco, ao forte calor, e às vezes ao desgaste físico, assim é a sede da alma pelo Deus vivo em meio ao abatimento. O coração abatido, mesmo diante de todas as pressões, lembranças, quando está em Deus, tem uma viva esperança. Ele sabe que por maior que seja a dor, há um Deus fiel e que esse momento de aflição é temporário.
“Onde está o teu Deus?”. Quantas vezes ouvimos isto quando mais precisamos de uma palavra de conforto! Mas esta, sobretudo, é uma pergunta para que pensemos. Em meio a tantas dificuldades e provações, nós achamos que Deus está tão longe, não sabemos onde ele está e, nesse momento, quando as pessoas nos questionam, o Senhor espera que saibamos onde Ele está, porque, na verdade, Ele está em nós.
Quantos lamentos encontramos neste salmo. Mas a riqueza da palavra é que por duas vezes o salmista diz: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro em mim?” Este é o sentimento quando nos estamos abatidos, mas há uma boa-nova quando o salmista continua: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei; a ele, meu auxílio e Deus meu.” Que descanso! Que esperança! O salmista sabia que por maior que fosse a dor, as lágrimas que já tinha derramado e as lembranças que o levaram a “derramar a sua alma”, ele escolheu, preferiu esperar em Deus porque ele sabia que um dia ele daria louvor a Deus.
Estar abatido é um momento que embora pareça triste, é muito especial para sabermos onde está a nossa atenção, nosso desejo de adoração. A quem buscaremos? A quem louvaremos? A quem adoraremos?
“Contudo, o Senhor, durante o dia, me concede a sua misericórdia, e à noite está comigo o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida.” (v.8). Que adoração! Quando nos encontramos caídos, enfraquecidos, desanimados, podemos louvar ao Pai pela sua misericórdia, seu favor imerecido, porque Ele tem o controle de todas as coisas e mais do que isso, a Sua canção estará conosco. O cântico de Deus encherá o seu coração quando você se propuser a buscá-lo em meio aos momentos mais difíceis. Nesses momentos, louve ao Senhor porque o seu coração será preparado para que brotem dele louvores ao Criador!
No salmo 43 o salmista continua abatido. Estar abatido, quando você reconhece quem é diante de Deus, faz de você ainda mais dependente do Pai. O salmista deseja a justiça de Deus e não a dele mesmo. Certamente, ele foi injustiçado e sabia que só Deus poderia julgar a sua causa. No meio da dificuldade, o salmista não desejou coisas desse mundo; não desejou aquilo que é passageiro, mas fez escolhas sábias, que são eternas. Este salmo é especial porque Deus foi engrandecido. “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte e aos teus tabernáculos. Então irei ao altar de Deus, do Deus, que é a minha grande alegria; ao som de harpa eu te louvarei, ó Deus, Deus meu.” (vv.3-4).
O Salmo ainda termina com o questionamento do salmista pela terceira vez: “Por que estás abatida, ó minha alma?”. Isto significa que precisamos aprender em nossos corações a ter sempre esperança em Deus.
Tenha sede do Deus vivo em meio ao abatimento. Espere nele e o louve! Talvez você não tenha a vitória agora, pois tudo tem o seu tempo certo. Não entregue o seu coração ao abatimento, entregue-o a Deus. Quando tudo parecer contrário, tenha sede de Deus. Quando parecer ser o fim, espere nele. Quando algo ou alguém quiser fazer você emudecer, adore a Deus. E saiba: que embora Deus tenha o domínio de tudo, Ele não resiste a um coração quebrantando.
Jaqueline Santos
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